
Embora nosso querido Chespirito
fosse mexicano, sua morte teve mais repercussão do que a de muito artista
brasileiro. Sua capacidade de unir pessoas era tão grande que sua morte foi
inclusive noticiada pela Globo, emissora que já sofreu muito na audiência por
conta do sucesso estrondoso de seus programas. Já no SBT, o que vimos foi a
emissora que o adotou em 1984 tratá-lo com as maiores honras, com direito a
especial, matérias com fãs, maratonas de episódios e a cobertura ao vivo de seu
velório, direto do Estádio Azteca, na Cidade do México.
E agora, um mês depois de sua
morte, foi divulgado que Chapolin Colorado finalmente voltará a ser exibido
pelo SBT, embora seja só para algumas cidades. Embora ainda não seja
suficiente, pelo menos é melhor do que deixar o nosso Polegar Vermelho na
geladeira.
Por conta desta data, e também porque
eu fiquei abalada o suficiente para não conseguir escrever uma linha que fosse
a respeito de Roberto Bolaños desde o momento em que confirmaram sua morte,
resolvi fazer esse texto mostrando os livros que temos a respeito das séries
dele no Brasil.
Ao longo desses quase 10 anos em
que me mudei de cidade, eu coleciono tudo o que posso sobre Chaves e Chapolin,
como reportagens, coisas que achei na internet e imprimi, álbum de figurinhas
do desenho animado, DVDs, miniaturas e livros, pois a magia de Chaves e Chapolin
é como a juventude, nunca morrerá.

E foi assim que, em 2010, eu
escrevi uma monografia em espanhol sobre esses personagens tão queridos, que
foram criados pelo homem que mudou para sempre o significado das letras CH.
E agora, vamos ao breve resumo que fiz de cada livro que fala sobre as séries de Bolaños:
Chaves: Foi sem
querer querendo?

Primeiro livro sobre o seriado no
Brasil, Chaves: Foi sem querer querendo?
conta detalhes da chegada do seriado ao país, junto com um lote de novelas
mexicanas compradas pelo SBT, e também
da resistência dos diretores da emissora em colocar aquele programa tão
diferente no ar. Defendido por Silvio Santos, que acreditou no produto desde o
início, Chaves estreou no Brasil em 25 de agosto de 1984, a princípio no
Programa do Bozo.
Com o tempo, aquele menino que
vivia em um barril e sua turma se tornaram um sucesso tão grande no Brasil que
foram exibidos até em horário nobre, muitas vezes inclusive dando dor de cabeça
para a Rede Globo em termos de audiência.
Além desse início de Chaves no
Brasil, o livro traz uma breve biografia dos atores do elenco, dos personagens
e curiosidades sobre o seriado, que neste ano completou 30 anos de exibição no
SBT.
Chaves e Chapolin: Sigam-me os bons
Além disso, o livro traz cifras
de algumas canções e também as letras de todas elas, um quiz com sobre mais de
600 perguntas no total, trazendo questões não só sobre Chaves e Chapolin como
também a respeito dos principais personagens.
Sin querer queriendo
– Memórias

Entre as histórias pouco
conhecidas de nosso eterno Chaves estão: Um fato que quase o impediu de nascer,
detalhes de sua infância humilde na Cidade do México e a relação com os amigos
dessa época, a importância dos comediantes Viruta y Capulina para a sua
trajetória profissional, como foi formado o elenco que nos faz rir até hoje,
seu casamento com Graciela Fernandez e a paixão avassaladora (e por muito tempo
platônica) por Florinda Meza.
Chaves de um sucesso

Com uma estrutura típica de
monografia, Chaves de um sucesso
mostra as histórias por trás daqueles personagens que conhecemos desde a
infância, mas que dessa vez aparecem acompanhados de explicações aprofundadas e
também de conceitos, que fazem parte da investigação acerca do fenômeno de
audiência que os programas Chaves e Chapolin se tornaram principalmente na
América Latina, sendo reprisados há décadas.
Além disso, traz também uma
discussão sobre a relação entre ídolo e fã, que no caso desses seriados se
torna mais forte a cada geração.
Seu Madruga: Vila e Obra

Além disso, com exceção do Diário do Chaves, que foi escrito pelo
próprio Chespirito, vulgo Bolaños, esta é a primeira vez que se lança um livro
focando em um personagem e a importância que ele tem dentro e fora da TV, ainda
que para falar dele tenha que mencionar não só os outros personagens dos
seriados como também os que foram interpretados por Ramón Valdés.
Um ponto alto desse livro é que,
além de todas as curiosidades envolvendo a ‘persona’ do nosso Madruguinha,
Pablo Kaschner mostrou que a carreira de Don Ramón Valdés foi muito maior que
apenas o célebre Seu Madruga, pois teve uma filmografia imensa, participando de
quase 100 filmes, e também interpretou vários personagens nos programas de Bolaños,
como Tripa Seca, Super Sam, Peterete, Conde Terra Nova, Pirata Alma Negra e
Racha Cuca.
Diário do Chaves

Embora seja o mesmo personagem,
com aquelas roupas que conhecemos, que mora na vila com Chiquinha, Quico, Dona
Florinda, Seu Madruga e todas aquelas figuras tão presentes na nossa vida,
ainda que, no caso de muita gente, apenas durante a infância, o Chaves não tem
aquele jeito inocente que aprendemos a amar.
Como o livro conta o que
aconteceu com Chaves antes de ele ir para a vila, descobrimos que ele não
conheceu o pai e foi abandonado pela mãe, com quem viveu por um tempo. E
depois, morou um tempo num orfanato, no qual judiavam dele e sempre o deixavam
sem comer, que era sua maior felicidade na vida. Ao fugir de lá sofreu
bastante, pois tinha fome e muito medo das ruas, que eram bem escuras,
revelando assim um Chaves muito mais sofrido do que imaginávamos. Bolaños narra
no livro também histórias do personagem depois que ele chega à vila, narrando
também situações que as envolvem.
Dos livros que li sobre Chaves
esse foi o que menos gostei, embora tenha ficado super empolgada para comprá-lo
quando descobri sua existência. Embora os personagens fossem os mesmos, vê-los
fazendo coisas que não condiziam com o que acontecia no seriado e também
atitudes que os afastavam da imagem que eu tinha sobre eles me incomodou muito.
Entretanto, hoje em dia eu entendo que o livro era diferente da série porque
ali Bolaños podia abordar alguns assuntos de forma mais explícita, como, por
exemplo, abandono, fome, maus tratos, pobreza e outras coisas que não podiam
ser discutidas tão abertamente num programa humorístico da década de 1970.
Chaves: A história oficial ilustrada

Focado totalmente na vida e na
obra de Roberto Gómez Bolaños, esse livro traz muitos fatos que quem não leu a
autobiografia em espanhol não conhece, como o tempo em que teve muito êxito trabalhando
como roteirista dos humoristas Viruta y Capulina no rádio, na televisão e também
no cinema.
Além do trabalho desenvolvido com
a dupla, mostra também outros filmes roteirizados por Bolaños, sua carreira também
como diretor, produtor, ator e também como escritor. Entre os feitos de Bolaños
sem ser os programas que conhecemos estão peças de teatro, filmes, livros, a direção
de uma novela escrita por Florinda Meza e também a Fundação Chespirito, responsável
por levar saúde, educação e suporte social e familiar a milhares de crianças mexicanas
desamparadas como o Chaves.
Paralelo a tudo isso, o livro também
traz detalhes da vida pessoal do ator, como a infância, o casamento com
Graciela Fernández e também a união com Florinda Meza, com quem não teve filhos
por ter feito uma vasectomia anos antes. Algumas das partes mais interessantes
do livro são as cartas escritas pelas filhas de Bolaños, nas quais elas contam
um pouco da relação com o pai e lembranças inesquecíveis que tem dele.
Embora Chaves: A história oficial
ilustrada seja basicamente uma biografia de Chespirito, ela ignora pontos
importantes da vida do ator, como o rompimento dele com Carlos Villagrán e Maria
Antonieta de Las Nieves. Não é possível que ninguém possa contar aos fãs o que
realmente aconteceu para que eles se afastassem tanto, todos queremos e
merecemos saber, porque, afinal de contas, os conhecemos desde sempre, são como
se fossem da nossa família por conta do tempo presente em nossa vida e também da
importância e da lembrança que esses programas nos trazem.
E então pessoal, vocês também gostam de Chaves, Chapolin e outros personagens de Bolaños? Leram algum dos livros que falei? Me contem nos comentários.
Não tenho vergonha de dizer que Bolaños foi o primeiro artista que me fez chorar pela sua morte, chorei por mais de vinte minutos, de soluçar, era como se um familiar estivesse ido embora para sempre, minha vida passou por meus olhos.
ResponderExcluirDentre esses livros eu sou muito feliz em ter o Diário do Chaves, adoro a escrita, acho emocionante, lindo e puro.
Eu fiquei arrasada demais com a morte do Bolaños, não conseguia parar de chorar. Depois de tanta notícia falsa a respeito da morte dele, demorou até cair minha ficha que dessa vez não era boato de internet :(
ExcluirQuando você tiver oportunidade, leia esse último livro da lista, traz detalhes incríveis da carreira dele, era realmente um gênio.
Oi, tudo bom?
ResponderExcluirChaves (e apesar dos seus demais personagens e do seu nome real, eu nunca conseguirei deixar de chamá-lo de Chaves) foi uma grande personalidade, e apesar de agora ele não estar mais entre nós, seu trabalho e sua alegria serão eternos e nunca deixarão de nos contagiar e nos fazer rir. Uma das coisas que sempre me chamou a atenção no Chaves, foi o humor LIMPO, ta faltando isso aqui! O pessoal anda apelando para o sexo em tudo: musica, humor, novelas.. Não que seja ruim, mas o nível está caindo e parece que ninguém tem mais o que falar.
Nunca li um livro inspirado no Chaves, mas eu adoraria com certeza!
Beijos e parabéns pelo blog!
http://resenhandoaarte.blogspot.com/
Chaves sempre sera eterno, nao é?
ResponderExcluirBeeijos, te espero lá no meu blog ♥
http://www.paaradateen.com
http://www.facebook.com/PAARADATEEN
Nossa, adorei seu post! Sempre gostei muito de Chaves e Chapolin, inclusive tenho um vinil com a trilha sonora da série que é meu xodó <3333333
ResponderExcluirVou procurar mais sobre esses livros, pra entender um pouco mais o universo do seriado.
http://www.bilhetedagarrafa.com.br
Que saudade do nosso Chavinho :(( Eu passava horas na frente da televisão assistindo os episódios e, por mais bobos que fossem, eles me faziam rir muito. No dia que ele faleceu me senti mal pra caramba, porque acompanhava toda a história, o elenco, fez parte da minha infância inteira e acabar assim, foi horrível. Mas tudo bem, ninguém é eterno né, tenho certeza que ele está fazendo muitas trapalhadas lá por cima.
ResponderExcluirExcelente postagem, aliás ele foi e sempre vai ser um ícone para muitas pessoas. Ele foi o único humorista que com coisas simples tirava risadas da gente, e tira até hoje!!!
ResponderExcluirÉ a prova de que não é preciso chingar ou falar indecências para ser engraçado.
Beijos flor!
http://blogdakarulina.blogspot.com.br/